Nos últimos dias, mais de 17 milhões de contas bancárias em Moçambique sofreram com as falhas do sistema de pagamento SIMO Rede, resultando em prejuízos financeiros diários de pelo menos 3,34 milhões de meticais segundo estimativas da CTA. Esta crise não só afecta directamente a economia, mas também mina a confiança dos cidadãos, empresas e instituições financeiras no sistema bancário nacional. A introdução de um novo sistema de pagamento em 2023, fornecido pela Euronet sem um concurso público abrangente, agravou ainda mais a situação, levantando questões sobre a transparência e a eficácia das escolhas do Banco de Moçambique, regulador do sistema financeiro.
O objectivo deste artigo é analisar os impactos das falhas do sistema de pagamento sobre os principais actores envolvidos, discutir o papel do BM como regulador, questionar a racionalidade da escolha da Euronet, e propor recomendações para mitigar os problemas e restaurar a confiança no sistema financeiro. Ao abordar estas questões, espera-se fornecer uma visão abrangente das complexidades envolvidas e sugerir caminhos viáveis para uma resolução eficaz que beneficie a economia moçambicana e seus cidadãos.