Moçambique é conhecido por ter grandes reservas de grafite, de alta qualidade, principalmente na província de Cabo Delgado, no norte do país. O actual movimento mundial, rumo à promoção do desenvolvimento de tecnologias e uso de energias renováveis, coloca a grafite como um material crítico para a descarbonização dos transportes e da indústria pesada. Isto irá resultar num elevado crescimento do seu mercado nos próximos anos. Espera-se que a procura global de grafite cresça de 1,5 milhões de toneladas por ano, registadas em 2020, para 4,3 milhões de toneladas por ano, em 2030, devido a um maior uso de baterias como principal fonte de energia em substituição das fontes tradicionais.
Na província de Niassa, o distrito de Nipepe hospeda, desde o ano de 2017, o projecto de exploração de grafite liderado pela empresa chinesa DH Mining Development Company, Lda. numa área de cerca de 2.469,14hectares, com reservas estimadas em 5 milhões de toneladas, isto é, 20% das reservas do país. Com base em estimativas de especialistas mundiais do mercado de grafite, os ganhos fiscais, só com o imposto de produção, será de mais de 96,72 milhões de dólares americanos nos primeiros 10 anos, dos cerca de 25, da exploração de 5 milhões de toneladas de reservas de grafite no distrito de Nipepe, província do Niassa. Apesar deste potencial, uma série de problemas pode, em conjunto reduzir todo o potencial do projecto em melhorar a situação de precariedade em que o distrito de Nipepe se encontra mergulhado. São eles: a.) a falta de transparência nas oportunidades de mão-de-obra local; b.) o conteúdo local; e c.) a negligência de questões ambientais.