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Nasceu em Inhambane, numa numerosa família. A sua voracidade de leitor é muito antiga. Ainda menino, no caminho da escola, quando encontrasse um jornal ou revista, lia. foi assim que se desenvolveu a sua paixão pela leitura. na vida estudantil, a sua inclinação esteve sempre na área de letras.

Fez o ensino básico no comércio, numa altura em que havia, na Cidade de Inhambane, um movimento literário chamado “xiphefo” e a sua afeição pelas letras impelí-o a participar nesse movimento. Gostava de ler jornais, revistas (tinha uma paixão especialíssima pela “Gazeta de Artes e letras da revista “tempo”) e evoluiu para o romance (Irving Walace, hemingway, Stendal entre outros, eram seus autores preferidos) e a rádio.

Nos anos 90 inicia a sua carreira jornalística na rádio, como repórter desportivo. Quisemos “cavar” a sua relação com o Jornalista Carlos Cardoso e explicou- nos que “em 1992, com o advento dos acordos de paz vim à Maputo e conheci o carlos cardoso, na altura, editor do MediaFax. Apresentei-me e com a sua aprovação passei a ser correspondente desta publicação electrónica em inhambane. Sob sua orientação, comecei a ter uma leitura editorial mais critica. em 1994, depois das primeiras eleições gerais multipartidárias vim me fixar em Maputo. Comecei a ser repórter sediado na capital e aprendi muito com o cardoso em termos de ética, deontologia, investigação, transparência e isto está directamente ligado a origem do ciP. Os ensinamentos de carlos cardoso foram cruciais na fundação do CIP”


Em termos de ensino superior tinha pensado em se formar em direito. Entretanto, alguém o “arrastou” para as ciências sociais, uma área para ele desconhecida, na altura. foi no decurso das aulas na unidade de formação e Investigação em Ciências Sociais da universidade “Eduardo mondlane” que apercebeu-se, que estava no caminho certo.

Instamo-lo a falar sobre a origem do CIP e disse- nos “que não se pode dissociar carlos cardoso da formação do CIP, pelo menos em termos de inspiração para que acontecesse. em 2000 ele é assassinado. Apareceu-me uma oportunidade de ir à Portugal, com uma bolsa da cooperação Portuguesa. Fui para fazer um mestrado em estudos africanos. Lá, a minha intenção foi aprofundar as temáticas da corrupção numa perspectiva académica e não como jornalista investigativo que já era. descobri, na minha faculdade, o Luís Sousa, um guru da área, que já tinha lido antes. Tive que ler muitas coisas sobre governação, ética, transparência e corrupção da autoria de académicos de todo o mundo. construí um conhecimento especializado.


Na terra de luís Vaz de Camões conseguiu reunir conhecimentos sobre desenvolvimento e Corrupção, áreas que o habilitaram para criar uma organização quando voltou à Pérola do Indico. A sua intenção era voltar e juntar-se à Ética moçambique. houve resistência e aquela organização ruiu. depois decidiu avançar com “a ideia de criar uma organização da sociedade civil virada a anticorrupção: o centro de integridade Pública (CIP). Para ser oficializado, devia ter, no mínimo 10 pessoas. O meu primeiro convidado foi o Adriano nuvunga, que na altura era colega na UFCS. Cada um de nós ficou com a missão de procurar mais 4 pessoas para completarmos o número e registarmos a instituição. O Adriano teve que sair para o mestrado, na Holanda. eu tive que começar de zero. desenhei o plano estratégico e o orçamento. com a ajuda do Professor Luís de Brito conseguimos os primeiros 100 mil dólares da cooperação Suiça, para os primeiros 10 meses. Todavia, seis meses depois vieram outros doadores.

Na fase inicial as intervenções do CIP tiveram como base a análise científica dos temas ligados a anticorrupção e isso teve um grande impacto, porque os próprios doadores não tinham muito conhecimento sobre esta nova área. o CIP começou a ser uma fonte importante de informação nas conversações entre o Governo e os doadores no atinente ao apoio orçamental.