Há duas décadas que a heroína é uma das maiores exportações de Moçambique e o negócio continua a crescer. Produzida no Afeganistão, a heroína passa pelo Paquistão, entra pelo mar no Norte de Moçambique e segue pela estrada para Joanesburgo e depois para a Europa.
Esta rota tem se mantido firme há́ 25 anos. Estima-se que todos os anos se movimentam 40 toneladas ou mais de heroína, passando por Moçambique. Com um valor de exportação de cerca de 20 milhões de dólares americanos, por tonelada, a heroína é provavelmente o maior ou o segundo maior produto exportado pelo país, logo a seguir ao carvão. Estima-se que por cada tonelada que transita por Moçambique, ficam no país pelo menos 2 milhões de dólares norte-americanos, em lucros, subornos e pagamentos a figuras seniores moçambicanas.
Parte do comércio ainda é controlada pelos tradicionais barões da droga de Moçambique, protegidos por altos dirigentes políticos. Porém desponta-se um novo comércio informal, organizado por pessoas de fora de Moçambique, usando o WhatsApp.
Este relatório detalha o que se sabe sobre o comércio de heroína, seus laços políticos e o modo como a comunidade internacional decidiu ignorar o comércio ilegal.
O relatório em inglês será publicado na terça-feira em http://www.lse.ac.uk/international-development/research-and-publications/working-papers