Em Junho de 2020, quando o país ainda tinha apenas 426 casos confirmados de covid-19, o CIP publicou https://cipmoz.org/2020/06/09/covid-19-em-mocambique-uma-reflexao-sobre-a-progressao-e-as-medidas-de-prevencao-e-contencao/ um artigo da autoria dos Doutores. Ferruccio Vio e F. Mudender, a alertar que a opção de isolamento domiciliário das pessoas contaminadas pelo novo coronavírus não seria eficaz para conter a transmissão comunitária, que era o nível de transmissão mais temido na altura. O artigo recomendava, para Moçambique, o modelo de hospitais-abrigo, que havia sido adoptado em vários países, incluindo da África Subsaharaina. Na altura dávamos exemplo do Senegal.
Esta quarta-feira, ao anunciar que 50% das camas reservadas para doentes de Covid-19 nos hospitais públicos estavam ocupadas, e nos hospitais privados, 80% das camas estão ocupadas, o Presidente da República assumiu que a estratégia do Governo de evitar a propagação da Covid-19, a longo prazo falhou. Se os níveis de infecção continuarem ao ritmo actual, em dois meses Moçambique terá as camas hospitalares esgotadas para os doentes de Covid-19.
A introdução do modelo de hospitais-abrigo para o isolamento dos infectados pelo novo coronavírus continua a ser recomendável para Moçambique, por isso o CIP república as principais constatações recomendações de há 7 meses.
