Enquanto escasseiam materiais nos hospitais e centros de saúde, num país com um sector da saúde altamente dependente de doações, o Ministério da Saúde (MISAU) deu-se ao luxo de mandar incinerar diversos artigos médicos, avaliados em cerca de 20 milhões de meticais. Através de uma nota oficial de 9 de Novembro do ano passado (2020), a vice-ministra da Saúde, Lídia de Fátima da Graça Cardoso, ordenou que fossem retirados e incinerados “no mais curto espaço de tempo” milhares de materiais fora do prazo para se “ganhar mais espaço no armazém”. (ver os anexos). Trata-se de produtos adquiridos através do Orçamento do Estado.
A existência de produtos fora de prazo e em desuso, no armazém do Centro de Abastecimento, em Maputo, é um claro indício de que os processos de planificação e distribuição de artigos ou materiais sanitários são deficientes. Esta situação gera sempre crises de ruptura de stocks nos hospitais e Centros de saúde nas províncias e nos distritos enquanto estes insumos se encontram armazenados em Maputo.