Moçambique é um dos países com mais representatividade da mulher em órgãos de tomada de decisão. Em Março de 2022, o país atingiu a paridade de género no Governo, tornando-se, assim, um dos 14 países do mundo com paridade de género e o terceiro país em África a ter 50%, ou mais, mulheres em cargos ministeriais. Para além da participação no Governo, a mulher está bem representada em outros órgãos de decisão, como por exemplo na Assembleia da República com uma percentagem de 42%.
Teoricamente, espera-se que a ascensão das mulheres em posições e órgãos de decisão se reflicta na qualidade de serviços destinadas à mulher, daí que se coloca a seguinte questão fundamental: será que o aumento da participação da mulher em órgãos de tomada de decisão foi acompanhado pela melhoria na provisão de serviços a ela destinados?
O presente texto é um estudo de caso dos serviços de saúde materno-infantil. Teve lugar nas províncias de Nampula, Zambézia e Niassa no ano de 2022 e procura mostrar a relação entre o incremento do número de mulheres nos cargos de direcção do Governo, e nos órgãos de soberania, e a qualidade na provisão de serviços de saúde materno-infantil.